Significados sociais do cabelo

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Embora o cabelo seja um fenômeno fisiológico, é também um fator social.

O cabelo é um objeto de intensa elaboração e preocupação em quase todas as sociedades.

Penteados e rituais que envolvem cuidados com os cabelos, como adorno, transmitem mensagens poderosas sobre as crenças de uma pessoa, estilo de vida e compromissos. Inferências e julgamentos sobre a moralidade da pessoa, orientação sexual, persuasão política, religião, sentimentos e, em algumas culturas, o status socioeconômico.

O simbolismo do cabelo tem sido extensivamente pesquisado e comentado por antropólogos, particularmente em iniciações, casamento, cerimônias, rituais de luto e magia, religião.

Em algumas sociedades, o cabelo era considerado o lar da alma, e o poder especial que o cabelo possui pode permanecer no mesmo após o corte. Algumas culturas acreditam que um elo permanece entre o indivíduo e o cabelo cortado, permitindo que a pessoa que ganhe a posse das mechas possa exercer algum tipo de poder.

Algumas culturas creditavam poderes protetores de amuletos e confeccionam pingentes com cabelos ou os mesmos em tratamentos medicinais.

Em algumas culturas, o cabelo desempenha um papel central nos ritos de passagem, envolvendo corte ou penteado. O cabelo também é um símbolo de identidade do grupo sendo um forte modo de expressão e comunicação.

Devido a sua versatilidade como adorno, pode simbolizar não apenas normas sociais, mas também suas mudanças.

Curiosidades:

Nas Ilhas Britânicas, joias e artesanato feitos com cabelo é um simbolismo romântico;

Durante o século 19, anéis feitos com cabelos de um falecido eram distribuídos como convite para o funeral ou lembrança do evento;

Já nas décadas de 60 e 70, o estilo do cabelo foi usado como expressão política e social quando homens e mulheres passaram a usar cabelos longos ou durante o movimento feminista quando as mulheres colocaram fogo em seus sutiãs e cortaram seus cabelos.

No início do século 20 as expressões “let one´s hair down” (“deixe-o ser livre”) e “keep one´s hair up” (“não o tire do sério”) serviram para indicar a abertura a favor do homossexualismo. Estas expressões se popularizaram e são usadas para definir o estado de espírito de alguém.

Os cabelos também são uma identidade social entre judeus ortodoxos e seus rituais significam o controle social e a identidade do grupo e até mesmo o estado civil. Mulheres casadas devem prender seus cabelos (considerado atributo sexual). Já os homens não se barbeiam e deixam crescer as costeletas.

Já os afrodescendentes passaram a usar os “dreadlocks” geralmente para indicar uma rejeição dos estandartes da beleza europeia. A rejeição ao cabelo “alisado” como símbolo de beleza é, muitas vezes, parte essencial do desenvolvimento de consciência política, baseado no orgulho de sua própria raça.

Raspar os cabelos de alguém também foi uma forma de apagar a identidade e desumanizar o indivíduo (Nazismo) e como forma de controle e domínio social.

Hoje, na cultura ocidental, ao que parece, os cabelos fazem parte do estilo pessoal e seu relacionamento com sua própria autoestima. Brancos, compridos, curtos, lisos, ondulados, descoloridos, com extensão ou prótese, ao gosto ou necessidade pessoal.

Sem preconceitos.

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